quarta-feira, novembro 11, 2009

Penso, logo existo?

É impressionante como hoje passamos a viver num mundo onde, cada vez mais, pensamos cada vez menos. É desde a mentalidade do concurseiro de plantão, cuja mediocridade do estudo reside no fim de só e somente só ser admitido em um cargo, nem mesmo interessando a atividade a ser desempenhada, até aqueles que passam uma parte da vida sentados num banco da faculdade sabendo que odeiam aquilo, mas esperam meio que uma providencia divina que os farão ter sucesso. Ainda mais, quando tentamos tomar um caminho oposto ao do "senso comum", somos taxados de tolos ou malucos.
Esquecemos hoje o que é o movimento estudantil. Estudar história só é importante enquanto matéria para o vestibular. Filosofia = lombra.
Quando pensamos em reivindicação, os conselhos são de que briga não nos leva a nada, e, mais tarde, poderemos precisar daqueles que queremos bater de frente. As amizades só possuem vínculo enquanto subsistirem interesses.
É ridículo quando simplesmente "criamos" um senso de moral ex nihilo para criticar os outros, sem quaisquer conhecimentos das circunstâncias e sem nem mesmo nos dar o trabalho de pensar o que faríamos se fossemos nós mesmos.
Talvez alguns dos pressupostos básicos da filosofia, criticidade e reflexividade, possam não ser tão fúteis assim.

2 comentários:

  1. Hoje em dia a gente pode perceber que existem, pelo menos, três tipos claros e distintos de pessoas que estão ligadas ao direito.

    O primeiro é aquele que não tem uma razão específica para estar no curso. A falta de opção e de análise específica sobre suas vontades acaba os levando a opção do direito, talvez pela abrangência e pelas portas que o curso abre.

    O segundo tipo é aquele que está focado no curso. Pensa no sucesso financeiro e na estabilidade que o direito pode lhe trazer.

    O terceiro tipo é aquele que além de fazer o curso, veste a camisa do ''direito''. Esse vestir a camisa é algo bem mais profundo do que o mero estudante de Direito, tanto o primeiro quanto o segundo grupo.

    Esse estudante é aquele que além do mero estudo mecanicista está interessado sobre as questões atinentes ao curso. Sobre filosofia, sociologia, psicologia. Questões estas que estão ligadas intimamente a significação e ao direito. A negligência dessas questões por um grupo que está relacionado ao direito foge complemente ao que seria a formação ''humana'' que o curso de Direito se propõe. Fugindo disso e indo para uma formação mecanicista, de meros seres automizadas destituídas de senso crítico. Pessoas que se dedicam a analisar questões superficiais que nem de perto são a verdadeira essência e característica do Direito. Questões que são secundárias ao analisar a profundidade que o curso pode e deveria ter.

    Outro grande problema é que a própria compreensão das questões secundárias do Direito muito mais fácil ocorreria se houvesse uma análise de causa e efeito. Ou seja, os alunos tivessem idéia clara da gênese da base posta, dos postulados que existem. O desconhecimento dessas causas torna muito mais árdua a própria atuação como estudante. Faz com a atividade seja algo no vácuo destituída de um significado. A compreensão do Direito como um todo conexo a uma infinidade de fatores ajuda no entendido e no estudo.

    O ponto levantado pelo texto é justamente no sentido de trazer à tona os questionamentos fundamentais do Direito. Deixar de lado o estudo bitolado, para um estudo direcionado e aprofundado sobre a real significação que o estudo do Direito com seus reflexos sociais podem ter.

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  2. É com isso que a falta de criticidade encontra o berço perfeito para florescer. Ao se conformarem com o que é posto, simplesmente acatam as exigências do estudo superficial em prol de um futuro resplendoroso cujo sonho de vida é o ganhar muito trabalhando pouco, não importando as consequencias práticas desse modo de pensar. É assim que caminhamos, cada vez com mais intensidade, ao caos do que poderíamos chamar de civilização.

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